quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

O fato de este ano ter sido marcado por intensos movimentos de consolidação entre varejistas, e mesmo de não terem restado alvos de grande porte para serem adquiridos, não significa que novas operações nesse sentido deixarão de ocorrer em 2011.

Mas, diferentemente do visto em 2010, é o movimento de consolidação regional que deve ganhar força no próximo ano, com destaque para o avanço das varejistas na direção do Centro-Oeste e do Nordeste, na visão de profissionais que acompanham o setor.
"Agora são ''players'' regionais que passam a ser interessantes para expansão não-orgânica de empresas grandes, para ocupação de novas regiões", afirma o sócio da GS&MD Luiz Goes.
Após a aquisição do Ponto Frio, em 2009, o Pão de Açúcar atingiu liderança absoluta em móveis e eletrodomésticos ao se unir à Casas Bahia, há cerca de um ano, numa negociação que só alcançou acordo definitivo em julho deste ano.
A segunda posição também foi definida em meio a aquisições. Em março, as redes regionais Ricardo Eletro, Insinuante e City Lar se uniram para formar a Máquina de Vendas.
Consolidado na terceira posição, o Magazine Luiza deu início ao movimento de expansão regional este ano, após perder a disputa do Ponto Frio e da Insinuante para os concorrentes.
Em julho, a empresa comandada por Luiza Helena Trajano desembarcou no Nordeste, onde ainda não tinha operações, ao adquirir a Lojas Maia.
"É viável que Pão de Açúcar e Ricardo Eletro partam para essa expansão regional, como fez (o Magazine) Luiza, principalmente Nordeste e Centro-Oeste, onde há grande concentração de redes regionais", acrescenta Goes.
Embora não descarte aquisições, o Pão de Açúcar tem sido enfático em afirmar que irá priorizar expansão orgânica e captura de sinergias com Casas Bahia no próximo ano.
A Nova Globex, que concentrará todos ativos de eletrodomésticos do grupo —Ponto Frio, Casas Bahia e Extra Eletro—, prevê 15 novas lojas, além de 50 reformas e conversões, para 2011.
Já para o segmento de alimentos o Pão de Açúcar deve abrir de 60 a 100 lojas no formato Extra Fácil a partir do próximo ano. Também na lista de prioridades do grupo, a rede de atacarejo Assaí deve avançar para Centro-Oeste e Nordeste.
"As varejistas vão buscar redes menores já consolidadas, onde ainda não têm operações para atingir aquele público e buscar mercados ainda não alcançados", diz o analista Mário Bernardes, do BB Investimentos.
No caso de Pão de Açúcar, Bernardes espera maiores avanços em termos de comércio eletrônico. O grupo já integrou as plataformas logística e tecnológica de seus sites, que darão origem à Nova Pontocom, "aos moldes da B2W", prevista para entrar em operação em 2012, quando a unidade pode realizar uma Oferta Pública Inicial de ações (IPO, em inglês).
"(Pão de Açúcar) pode estar avaliando oportunidades de compra, mas nada grande deve ser anunciado. Devem estar vendo aquisições de drogarias e postos de gasolina", acredita o analista do BB Investimentos.
No mesmo sentido, a analista Julia Monteiro, da Brascan, aposta em aquisições regionais de redes mais voltadas às classes C e D em 2011, com vasta presença no Norte e Nordeste.
"A consolidação de grandes grupos criou uma disparidade e esta é uma forma de sobrevivência para as redes menores, menos conhecidas", diz ela.
Em contrapartida, o Sul do país deve permanecer fora dos planos das varejistas, que encontram certa resistência para entrada na região, tradicionalmente "bairrista".
"O Sul é muito resistente para empresas entrarem. O Pão de Açúcar não vai tirar a rede Zaffari de lá, que é muito forte... Casas Bahia também teve que sair (do Sul)", afirma Bernardes.
Para o analista do BB investimentos, um negócio de maior porte que pode ser considerado como praticamente certo em 2011 é a compra da Casa&Vídeo pela Lojas Americanas, que vem sido discutida há meses. "A empresa certamente recebeu outras propostas, mas deve fechar com Americanas. É um negócio bom e barato para eles."
PRESENÇA INTERNACIONAL
Outra tendência apontada pelos profissionais envolve a entrada mais agressiva de representantes internacionais no varejo doméstico.
"Veremos um aumento da entrada de gente de fora no varejo brasileiro. Players internacionais viram uma oportunidade de crescimento nos países emergentes e o Brasil é destaque nesse sentido, se mostrando como grande alvo de redes internacionais de varejo", afirma Goes, da GS&MD.
Bernardes, do BB Investimentos, concorda. "Redes internacionais já demonstram interesse em comprar varejistas menores consolidadas aqui, para ter uma porta de entrada no setor e não começar do zero. Há interesse principalmente dos norte-americanos em entrar aqui."


Fonte: Terra

A alta da renda e da construção civil ampliou o público que consome móveis planejados e design no País.

Empresas desses setores buscam expansão em shoppings populares e cidades com menos de 500 mil habitantes. Para abrir 100 lojas até 2012, a rede de decoração Imaginarium criou lojas compactas para bairros fora do eixo das classes A e B. Todeschini e Dell Anno, de cozinhas, crescem com marcas para o consumidor emergente.

Para atender a um amplo escopo de consumidores, redes de decoração e produtos para a casa se veem obrigadas a melhorar a qualidade do produto de preço mais em conta. A Zelo, rede de 42 lojas de cama, mesa e banho, abandonou recentemente sua tradicional linha de edredons populares, vendida por muitos anos a R$ 45.
"O consumidor não queria mais pagar o preço pedido pelo produto, que passou a considerar de qualidade inferior", conta Mauro Razuk, diretor da empresa que vai fechar 2010 com receita de R$ 320 milhões. "O jeito foi criar outra linha, mais cara, de tecido importado, com um toque mais agradável. Evoluímos com o cliente."
Apostando na busca do consumidor por produtos mais exclusivos, a Dell Anno criou, em 2009, a cadeia New, para atrair o cliente que antes comprava os armários vendidos em grandes magazines, como Casas Bahia. Segundo o diretor-presidente da Dell Anno, Frank Zietolie, o cliente está disposto a apertar o orçamento para ter acesso a um produto personalizado.
Prova disso, diz ele, é a expansão da New: em menos de dois anos, foram abertas 400 lojas, e mais 200 estão previstas para 2011. Hoje, a marca popular já representa 20% dos R$ 400 milhões de faturamento da Dell Anno - e a expectativa é que esse número chegue a 30% no curto prazo. A estratégia de aumentar a oferta de produtos para a classe C também foi adotada pela Todeschini, que contabiliza 700 pontos de venda de sua bandeira "alternativa", a Italínea.
Preço. Para caber no bolso de mais consumidores, o preço das tradicionais cozinhas planejadas teve de cair drasticamente. De acordo com Zietolie, um projeto médio da Dell Anno custa cerca de R$ 25 mil, enquanto na New o valor cai a R$ 6 mil. "A diferença é que a cozinha da classe A é customizada, enquanto a da classe C é básica. O móvel para esse público tem de ser funcional, já que essas pessoas geralmente vivem em imóveis menores", explica. Além disso, com o orçamento mais apertado, o cliente emergente tende a ser "duro na queda" ao negociar. "Eles pesquisam, vão à concorrência, pedem desconto e parcelamento."
A troca dos velhos armários de cozinha por móveis planejados é vista por Renato Meirelles, sócio-diretor do Instituto Data Popular, como mais um elemento na busca da classe C por qualidade. Esse universo de consumidores, que inclui mais de 50% da população brasileira, costuma ser especialmente criterioso na hora da compra. "A classe C compra menos mercadorias de baixa qualidade do que os ricos. Não existe espaço para erro: se comprar errado, terá de usar aquele item até o fim", explica. Pesquisa do instituto mostra que a cesta de compras das classes A e B tem 37% de produtos "populares", proporção que cai a 30% na classe C.
À medida que as opções de móveis planejados crescem, quem pode acaba fazendo a casa inteira. É o caso da advogada paulistana Pâmela de Lima Lopes, de 28 anos. De casamento marcado para 2011, ela mandou fazer quarto, escritório, cozinha, lavanderia e sala de estar do apartamento de 80 metros quadrados que financiou no bairro do Tatuapé. Com a ajuda dos pais e do noivo, gastou R$ 26 mil, graças ao desconto dado pelo lojista - um revendedor das marcas New e Bentec amigo do casal. Pâmela conta que optou por um estilo "clean", com algumas ousadias na cor vinho na sala.
Decoração. A Imaginarium, rede de Florianópolis que hoje contabiliza 80 lojas no País, resolveu investir pesado em áreas comerciais voltadas à classe C depois da experiência no Norte Shopping, no Rio de Janeiro, onde o faturamento de um quiosque quase se equiparou ao de uma loja "clássica" da empresa de decoração. Com as 100 novas unidades previstas para os próximos dois anos, a Imaginarium vai mais do que dobrar o número de pontos de venda, segundo Carlos Zilli, diretor executivo da companhia. O faturamento, hoje em R$ 90 milhões ao ano, deve acompanhar a tendência.
Outra rede que pega carona na ampliação do interesse do brasileiro por design é a Tok & Stok, que pretende dobrar o número de lojas até 2013 - hoje, são 32 unidades no País. A rede de móveis e decoração também reforçou a área em cozinhas planejadas, de olho no mercado imobiliário aquecido. "Temos produtos de várias faixas de preço, que podem atender a diferentes públicos", diz Paul Dubrule, diretor financeiro da rede, cujo faturamento não é revelado, mas supera R$ 500 milhões ao ano.
Principal concorrente da Tok & Stok, a Etna tinha apenas quatro lojas no início deste ano. Vai chegar ao fim de 2010 com 11 lojas e deverá atingir 20 pontos de venda até o fim de 2011. Para fomentar o crescimento, a empresa abriu mercados fora dos Estados de São Paulo e do Rio, como Curitiba, Belo Horizonte, Fortaleza e Campo Grande. A rede, cujo faturamento cresce 30% ao ano, afirma que boa parte da expansão se dará em lojas em formato compacto, criadas neste ano, e que funcionarão em shopping centers.

FASES DO CONSUMO
1. Categoria. Com o Plano Real, diz o Instituto Data Popular, o brasileiro passou a consumir novas categorias de produtos, como o iogurte e o eletrodoméstico, este último comprado "a perder de vista".
2.Proteção. Com o aperto econômico no início desta década, afirma o instituto, surgiram as "marcas talibãs", de baixo custo, forma do consumidor continuar a comprar itens a que já
estava acostumado.
3. Qualidade. A alta da renda nos últimos cinco anos fez o cliente valorizar a qualidade. "O descartável hoje tem que ser muito barato", diz Renato Meirelles, do Data Popular.
 


Fonte: O Estadão

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Fábrica de estofados é instalada em unidade prisional


A fábrica de estofados Catarina, com mão de obra de detentos, será inaugurada nesta terça-feira, 30/11, na Penitenciária da Região de Curitibanos, em São Cristóvão do Sul (Meio-oeste catarinense). A cerimônia ocorrerá às 14 horas, com a presença de autoridades regionais e do Governo do Estado de Santa Catarina. Numa parceria entre a Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa do Cidadão (SSP/SC) e a rede catarinense de móveis e eletrodomésticos Berlanda, a produção iniciou em 14 de julho deste ano.
 Atualmente 54 presos, dos regimes fechado e semi-fechado fazem parte do projeto, que a cada três dias de trabalho recebem um dia de redução de pena. Toda a produção é vendida nas 137 lojas do grupo Berlanda, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. A iniciativa partiu do empresário Nilso Berlanda e da Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) de Curitibanos, em 2009. “Em visita à unidade prisional, verifiquei a oportunidade de contribuir para a ressocialização dos apenados. Eles precisam de ocupação e a fabricação de estofados surgiu como possibilidade de reeducação. E o resultado é um sucesso absoluto, estamos surpresos com o bom desempenho dos detentos”, detalha o empresário.
Todo o investimento com a instalação da fábrica, com os maquinários e a compra de matéria-prima, oriunda de Santa Catarina e de outros estados, é feito pela Berlanda. “Hoje são fabricados três modelos de estofados, e já está previsto o lançamento de outras seis linhas para janeiro de 2011. Para esta época, a estimativa será de uma produção de 900 jogos ao mês, com o envolvimento de mais detentos”, calcula David Casagrande, coordenador de indústria da Catarina. De acordo com Casagrande, com esta ocupação percebe-se nitidamente o aumento da auto-estima de cada sentenciado. “A agressividade e a tensão destas pessoas diminuíram consideravelmente, pois gera a expectativa de um futuro melhor para quando retomarem ao convívio social”, garante.

Fonte: Portal Moveleiro

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

As importações foram de US$ 17,376 bilhões e houve superávit de US$ 312 milhões no mês

Nos 20 dias úteis de novembro de 2010, as exportações brasileiras alcançaram US$ 17,688 bilhões (média diária de US$ 884,4 milhões) e as importações somaram US$ 17,376 bilhões (média diária de US$ 868,8 milhões). A corrente de comércio no mês foi de US$ 35,064 bilhões (média diária de US$ 1,753 bilhão) e houve superávit de US$ 312 milhões (média diária de US$ 15,6 milhões).
 Em relação a novembro do ano passado, na comparação pela média diária, as exportações aumentaram 39,8% e as importações, 44,3%, enquanto o saldo comercial diminuiu 48,9%. Na comparação com outubro deste ano, as exportações caíram 3,8%, as importações cresceram 5,1% e o saldo comercial teve queda de 83,2%. 
 A quinta semana do mês, com dois dias úteis (29 e 30), registrou exportações de US$ 1,368 bilhão (média diária de US$ 684 milhões) e importações de US$ 1,767 bilhão (média diária de US$ 883,5 milhões). Houve déficit de US$ 399 milhões (média diária de menos US$ 199,5 milhões). A corrente de comércio do período alcançou US$ 3,135 bilhões (média diária de US$ 1,567 bilhão. 
 Nos cinco dias úteis (22 a 28) da quarta semana de novembro, houve superávit de US$ 49 milhões, com média diária de US$ 9,8 milhões. A corrente de comércio somou US$ 8,375 bilhões (média diária de US$ 1,675 bilhão), em consequencia de exportações de US$ 4,212 bilhões (média diária de US$ 842,4 milhões) e importações de US$ 4,163 bilhões (média diária de US$ 832,6 milhões).
 Acumulado do ano
 No acumulado do ano (228 dias úteis), o saldo comercial foi positivo em US$ 14,933 bilhões (média diária de US$ 65,5 milhões). Na comparação pela média diária, o valor é 35,4% menor que o registrado no mesmo período do ano passado, que teve superávit de US$ 23,106 bilhões (média diária de US$ 101,3 milhões).
 Já as exportações e importações aumentaram, na mesma comparação. De janeiro a novembro de 2010, foram exportados US$ 180,997 bilhões (média diária de US$ 793,8 milhões), frente aos US$ 138,532 bilhões (média diária de US$ 607,6 milhões) do mesmo período de 2009, com crescimento de 30,7%. Nas importações, houve aumento de 43,9% na comparação com a média diária do mesmo período do ano passado, passando de US$ 115,426 bilhões (média diária de US$ 506,3 milhões) para US$ 166,064 bilhões (média diária de US$ 728,4 milhões), este ano.
 A corrente de comércio cresceu 36,7%, passando de US$ 253,958 bilhões (média diária de US$ 1,113 bilhão), em 2009, para US$ 347,061 bilhões (média diária de US$ 1,522 bilhão), em 2010.
 Coletiva
 Às 15h30, haverá entrevista coletiva para comentar o resultado do período, que será concedida pelo diretor do Departamento de Planejamento e Desenvolvimento do Comércio Exterior da Secretaria de Comércio Exterior do MDIC, Roberto Dantas.


Fonte: Assessoria de Comunicação Social do MDIC